Em 1994, um concurso criado pela Cecrisa, uma fábrica de revestimentos cerâmicos localizada em Criciúma, Santa Catarina, foi uma iniciativa importante para promover novos talentos no design de cerâmica. A Cecrisa, uma das principais fabricantes de revestimentos cerâmicos do Brasil e, por isso, tinha interesse em incentivar a criatividade e a inovação entre estudantes e recém-formados em áreas relacionadas, como design, arquitetura e artes.

A primeira etapa do concurso consistia em enviar um proposta de design cerâmico para revestimentos. Não acredito que houvesse muitas regras além disso. Enviei duas propostas, a que foi selecionada, apresentada aqui, foi inspirada nos cobogós do edifício modernista projetados por Lucio Costa no Parque Guinle. O desenvolvimento da ideia foi a partir de telas de arame fixadas em azulejos 15×15 brancos, com esmalte azul. Assim, eu incluía as referências da azulejaria portuguesa que foi uma das características do modernismo brasileiro. Tendo sido bolsista da saudosa artista visual Celeida Tostes, no ateliê integrado EBA/FAU da UFRJ, tinha conhecimentos de queima, o que me proporcionou um controle do resultado, tal qual aparecem nas imagens.

Estas peças foram fotografadas e enviadas para o concurso junto com um memorial descritivo e justificativo.